Mapeamento participativo em uma escola do ensino médio para redução dos riscos de desastres (RRD): um estudo na bacia-escola de São Geraldo, Nova Friburgo (Rio de Janeiro)
Resumo
R E S U M O
O presente trabalho caracteriza e representa as percepções de crianças e adolescentes de uma escola pública, inserida na bacia-escola de São Geraldo, em questões sobre riscos urbanos, por meio de Mapeamento Participativo e Sistemas de Informações Geográficas Participativos. O objetivo deste estudo é identificar os riscos e as amenidades no caso de um desastre, na bacia-escola de São Geraldo onde se situa a escola piloto, a partir da percepção da comunidade escolar. A escola selecionada para a realização do projeto em foco se situa na parte inferior da bacia, localizada no bairro São Geraldo, um dos mais atingidos pelo grande desastre de janeiro de 2011 e onde já ocorreram profundas transformações devido ao adensamento de moradias e construções relacionadas ao uso urbano. Participaram deste processo, vinte e seis alunos de uma turma do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Salustiano José Ribeiro Serafim. Foram apontados 101 pontos de interesse relacionados a riscos, no mapa de riscos feito pelos alunos, incluindo a perspectiva de dois professores, do diretor e do vereador. No mapa de emergência, foram encontrados 57 pontos relacionados a prevenção de riscos. Essa experiência pretende demonstrar que o papel da escola na RRD é tornar-se um espaço de diálogo e de participação social, valorizando diferentes conhecimentos e saberes para produção de novos conhecimentos que contribuam para implementação dos marcos internacionais e da legislação vigente neste âmbito.
Palavras-Chaves: mapeamento participativo; educação; desastres, redução de riscos de desastres; escola.
Palavras-chave
Texto completo:
PDF (Português)Referências
Araújo, S. B. (2012). Administração de desastres: conceitos e tecnologias. SYGMA–SMS. Gestão de Risco. 3ª Edição.
Araújo, V. G.; Silva Filho, J. L.; Junior, S. C. (2018). METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM ESCOLAS DE CAMPINAS (SP) E ÁREAS DE ENTORNO: UMA ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA SOBRE O MEIO AMBIENTE. Rev. Para Onde!?, 10(1), 194-204.
Acselrad, H. (2006). Vulnerabilidade ambiental, processos e relações. II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais. Econômicas e Territoriais, FIBGE, Rio de Janeiro.
COELHO NETTO, A. L. (1994) Hidrologia de Encosta na Interface com a Geomorfologia. In: Guerra, Antônio J.T.; Cunha, Sandra B. da. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Coutinho, B. H., Relatório Técnico do 2º ano Pós-Doutorado PDJ/CNPq - Processo: 161629/2012-1 (01/12/2013 a 30/11/2014), Laboratório de Geohidroecologia - GEOHECO – IGEO – UFRJ, 2015.
Engel, G. I. (2000). Pesquisa-ação. Educar em Revista, 181-191.
Freitas, L. E., & Coelho-Netto, A. L. (2016). Reger Córrego Dantas: uma ação coletiva para enfrentamento de ameaças naturais e redução de desastres socioambientais. Ciência & Trópico, 40(1).
Freitas, L. E.; Coelho-Netto, A. L. (2019). Gestão de riscos de desastres e participação popular: lições aprendidas e a relevância da educação para a consolidação da Rede de Gestão de Riscos da Bacia Hidrográfica do Córrego d’Antas (Reger-CD), Nova Friburgo/RJ. Giramundo: Revista de Geografia do Colégio Pedro II, 4(7), 89-101.
Freitas, L. E.; Nunes, F. S. B. (2020). Potencial de SIG participativos na Gestão de Riscos de Desastres e Emergências em Saúde. Saúde em Debate, 44, 214 - 229.
Freitas, L. E.; Nunes, F. S. B.; Coelho Netto, A. L.; Rocha, V.; Leal, P.; Mendonca, M. B.;Schottz, S.; Freitas, C. (2021) Plano de contingência de base comunitária e técnico-científico da bacia do Córrego d’Antas –Nova Friburgo/RJ. Relatório Técnico. Rio de Janeiro, 98p.
Gianasi, L. M.; Vieira, D. C.; Pimenta, R. H. (2014). Mapeamento geo participativo: Saberes científicos e populares na estruturação de uma gestão participativa das águas. In Congresso Brasileiro de Cartografia. XXVI.
Hamann, B.; Lopes, M. C.; Tomio, D.; Vieira, R. (2019). Práticas educativas para a prevenção e mitigação aos riscos de desastres. Expressa Extensão, 24(3), 197-208.JIMÉNEZ-DENIS, Osmel et al. La educación para la percepción de riesgos de desastres como prioridad del trabajo educativo en la escuela cubana. Revista Electrónica Educare. Havana, v. 21, n 3, p. 1-12, Sep/Dic 2017.
Ketele, J. M., & Roegiers, X. (1996). Méthodologie du recueil d'informations: fondements des méthodes d'observations, de questionnaires, d'interviews et d'études de documents. Bruxelles, Belgique: De Boeck Université.
Matsuo, P. M.; de Oliveira, S. A.; Silva, R. L. F.; Trajber, R. (2019). Redução de riscos de desastres na produção sobre educação ambiental: um panorama das pesquisas no Brasil. Pesquisa em Educação Ambiental, 14(2), 57-71.
Marchezini, V.; Iwama, A.; Andrade, M. R. D. M.; Trajber, R.; Rocha, I.; Olivato, D. (2017). Geotecnologias para prevenção de riscos de desastres: usos e potencialidades dos mapeamentos participativos. Rev Brasileira Cartog, 69(1), 107-128.
Penna, C. (2014). Paulo Freire no pensamento decolonial: um olhar pedagógico sobre a teoria pós-colonial latino-americana. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, 8(2), 164-180.
RIBEIRO, R. R.; Andrade, E.; Brollo, M. J.; Tominaga, L. K.; RIBEIRO, F. (2015). A redução dos riscos de desastres começa na escola: estudo de caso em Campos do Jordão (SP). In ABGE, Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental (Vol. 15).
Preto, I., McCall, M. K.; Freitas, M.; Dourado, L. (2016). Participatory mapping of the geography of risk: Risk perceptions of children and adolescents in two Portuguese towns. Children, Youth and Environments, 26(1), 85-110.
Santos, B. D. S. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos estudos CEBRAP, 71-94.
Silva, C. N., & Verbicaro, C. C. (2016). O mapeamento participativo como metodologia de análise do território. Scientia Plena, 12, 1-12.
Thiollent, M. (2011). Metodologia da investigação-ação.
Thiollent, M. (2006). A inserção da pesquisa-ação no contexto da extensão universitária. Pesquisa participante: a partilha do saber. Aparecida: Ideias e Letras, 151-65.
UNISDR, C. (2015). The human cost of natural disasters: A global perspective.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2023 TOMÁS COELHO NETTO DUEK
Educação Ambiental (Brasil) | ISSN: 2675-3782
Revista sob Licença Creative Commons
